Macarrão com muito queijo é antídoto para o frio
Eita, esfriou.
Quando o frio chega, bate uma vontade de comida energética –eufemismo para engordativa. Calorias nos ingredientes e na temperatura de serviço.
Sopas, ensopados, cozidos e gratinados. Lasanha, feijoada, sopa de capelete. Já dei aqui uma receita de fondue. Hoje vou de algo um pouco menos clichê.
Você já deve ter ouvido falar de mac and cheese (forma abreviada de macaroni and cheese). Macarrão com queijo ao estilo norte-americano.
Em sua versão mais popular, o mac and cheese é uma nhaca. Você compra uma caixinha com macarrão e um pó amarelo sabor cheetos, ferve com água e pronto: tem uma gororoba qualquer para matar a fome.
Injustiça com um dos pratos mais interessantes do receituário dos Estados Unidos.
Na sua melhor apresentação, o mac and cheese é feito com bons queijos e gratinado ao forno com farinha de rosca. Ele integra o banquete vespertino de Thanksgiving, ao lado do peru assado, da caçarola de vagem e da torta de pecã.
É esta receita que eu sugiro hoje. Deliciosa e muito fácil. Anote aí os ingredientes para quatro porções.
300 gramas de macarrão tubular (penne, cavatappi, ziti corti)
1 litro de leite integral
3 dentes de alho inteiros
2 folhas de louro
600 gramas de queijo
1 xícara de farinha de rosca ou panko
1 xícara de parmesão ralado
1 tomate maduro (opcional)
Sal, pimenta-do-reino e noz-moscada a gosto
Comecemos pela escolha da massa.
Aqui no Brasil, chamamos de “macarrão” tudo o que os italianos chamam de “pasta”. Mas o “macaroni” deste prato é algo mais específico.
Em algumas regiões da Itália, a palavra maccheroni diz respeito a um tipo de massa em forma de tubo, curta e de espessura média. Em outras, se refere a qualquer massa seca tubular. Nos EUA, o mac and cheese é feito com variados formatos de macarrão tubular e curto –muitos difíceis de se encontrar no Brasil. Penne é uma opção perfeita para facilitar as comprar.
Repare que a quantidade de queijo é o dobro da massa. Isso porque o macarrão vai absorver líquido e inchar. Também porque o prato realmente leva uma quantidade absurda de queijo. Delícia.
O cheddar entra com frequência nas receitas norte-americanas. Só use esse tipo de queijo se tiver acesso à mercadoria importada: o produto nacional é um lixo.
Opte por queijos de vaca firmes, sem mofo e de sabor marcante: gruyère, gouda, emmental, reino ou mesmo um bom parmesão. Faça a mistura ao seu gosto. A escolha do queijo vai determinar o quanto de sal será adicionado depois.
Não se preocupe em comprar queijos que derretam bem, pois o amido da massa dissolve as fibras que poderiam fazer o efeito puxa-puxa.
Eu usei cheddar inglês, gruyère e tilsiter suíços, em partes iguais.
Ao modo de fazer, sem mais delongas. Mentira. Numa última interrupção, explico que a foto principal deste post foi garimpada na internet. O meu prato, que não ficou lá muito lindo, é esse da foto abaixo.
Quase todas as receitas gringas mandam você cozinhar a massa antes de gratinar. É como se come nos Estados Unidos. Eu acho que fica muito molenga; prefiro o macarrão mais firme, ao estilo italiano. Assim, meto-lhe cru direto no forno.
Aqueça o leite com o louro, o alho, a pimenta e a noz-moscada por uns 15 minutos, para pegar gosto. Descarte o louro e o alho. Ajuste o sal.
Aqueça o forno na potência máxima. Rale os queijos.
Num refratário, misture a massa, os queijos e o leite morno. Salpique a farinha de rosca (eu usei panko), o tomate picadinho (se quiser usar) e o parmesão.
Leve ao forno por meia hora, ou até a superfície ficar queimadinha.
Coma, engorde e se arrependa de ter exagerado.