Bebida de festa junina é receita infalível de azia e ressaca

Festas juninas. O pessoal pira nessa bagaça.

Eu não consigo entender. Não gosto de passar frio ao relento. Não gosto de ficar defumado por causa da fogueira. As comida típicas não me falam ao estômago –mas, vá lá, compreendo que ela tenha seus fãs.

Detesto com toda a minha rabugice as bebidas de quermesse. Quentão e vinho quente não deveriam ser servidos a prisioneiros de guerra.

Não aprecio nenhuma bebida alcoólica quente, mas estas duas têm um problema extra: são feitas com a pior cachaça e o pior vinho que o (pouco) dinheiro pode comprar. Porque as pessoas de camisa xadrez gostam assim. Elas parecem não se importar com a azia e a ressaca.

Para disfarçar a falta de qualidade, dá-lhe açúcar. Dá-lhe canela. Dá-lhe gengibre. O ambiente de festa junina tem sempre esse cheiro –cheiro que me faz querer ir embora assim que chego.

Como alternativa, algumas festas juninas oferecem cerveja em lata. Melhor. A mão congelada não agrada demais, mas é melhor.

Se eu fosse organizar uma festa junina –o que não vai acontecer nesta encarnação– eu ofereceria um vinho seco comunzinho, desses de supermercado, e uma ou duas cachaças de qualidade. Para beber pura. Também mexeria no cardápio de comidas, o que é outro assunto.