Cerveja congelada é a nova moda nos botecos
Aconteceu pela primeira vez no Rio. Estava com um grupo de amigos do Cachambeer, o bar mais ogro deste universo – em breve, farei um post sobre o boteco e suas porções pantagruélicas. Bebíamos chope, é claro (Rio de Janeiro, afinal).
Antes de servir a rodada seguinte, o garçom pergunta:
— Chope normal ou frozen?
P-p-peraí. Que diabos é chope frozen?
Fico sabendo que o tal chope frozen, como se deduz facilmente, é parcialmente congelado. A espuma e o topo do líquido chegam com pequenos cristais de gelo que derretem em contato com a boca do bebedor.
Aparentemente, isso é apreciado no Cachambi.
Mas não apenas lá.
Semanas depois, viajei para Vitória, no Espírito Santo. Em pelo menos três bares, serviram-me a cerveja gelada demais. O primeiro copo ganha raspadinha, os outros bebida líquida.
Em todas as vezes, chamei a atenção do garçom – em nenhuma delas, ele cogitou por conta própria a possibilidade de trocar a garrafa. Só ouvi palavras tranquilizadoras: “tenha calma, vai derreter logo”.
Pelo jeito, Vitória também gosta de cerveja congelada.
Qual é o problema, Brasil? Sei que moramos numa fornalha, na antessala do inferno. Sei também – e empatizo com a ideia – que, para aplacar o calor, o povo bebe alguns graus abaixo dos recomendados nos manuais de degustação.
Mas cerveja congelada não dá. Primeiro, porque eu vou no bar para beber, não para tomar sorvete. Segundo, porque a cerveja perde quase todo o gás quando congela e derrete de novo.
E você, o que acha de tomar a cerveja assim?