Brócolis de pelúcia abduziu meu filho
Pedro, meu filho de 5 anos, está obcecado por seus novos brinquedos: hortifrutis de pelúcia. Tem a banana, o tomate voador, o brócolis, a pera e a laranja. Todos com capa e máscara de super-herói.
Ele até quer mudar o tema da festinha de aniversário. Desistiu dos dinossauros e dos seres do fundo do mar. Pediu uma decoração inspirada nos legumes e nas frutas da horta.
Será que eu terei um filho vegetariano, mano do céu? Justo eu??
Brincadeira à parte, estou achando um barato o interesse do moleque pelas plantas. Ele, na verdade, já era bem dedicado a cuidar dos vasos de ervas e verduras que a gente deixa no parapeito da janela. Com os bonecos da promoção do supermercado Pão de Açúcar, a curiosidade virou obsessão.
Já vou avisando que não recebi um tostão para falar do Pão de Açúcar no blog. Sou cliente fiel por uma mera questão de comodidade: moro exatamente em frente a uma loja da rede.
E também sou o tonto das promoções. Quando davam selinhos para juntar e pegar facas, peguei quase todas. Tenho duas que ainda não tirei da caixa.
Daí os caras me aparecem com o tal jardim do Jamie Oliver. De início, achei uma bobagem sem fim. Figurinhas que dão bonecos de legumes. Quem vai querer uma coisa assim?
Meu filho. O Pedro enlouqueceu quando viu as pelúcias. Pelo jeito, muitas outras crianças também. O cara está trocando figurinhas de alho e salsinha com os colegas da escola.
Tenho os dois pés atrás com ações de marcas, e acho o Jamie Oliver um baita de um marqueteiro safado. Mas preciso dar o braço a torcer: a coisa dos legumes de pelúcia foi uma enorme bola dentro.
Não dá para censurar um álbum de figurinhas que ensina a garotada a comer direito e cuidar das plantas. Se bem que o Pedro sempre foi assim: exige brócolis no prato e já atacou uma cenoura crua na feira.
Claaaaaaaro que a ação tem sua contrapartida –outro grande acerto de quem a inventou. O Pedro agora quer ir toda hora ao supermercado. Inventa coisas para comprar, só para juntar mais figurinhas. “Pai, vamos comprar carambolas?”
Maldita sociedade de consumo. Já sequestrou minha criança.