O dia em que almocei feijoada no Fasano

Rango de funça. Assim é chamado, pelos profissionais da cozinha, a refeição servida aos funcionários de um restaurante. Não importa a especialidade da casa: o cardápio dos trabalhadores tem sempre arroz, feijão e alguma mistura com bastante sustança. Rabada, galinha ensopada, picadinho.

Existe a fama justa de que o rango de funça costuma ser melhor do que a comida servida aos clientes. Lógica elementar: se os caras cozinham bem para os outros, devem cozinhar melhor ainda para eles mesmos.

A coisa complica quando falamos de cozinhas com o nível de excelência dos restaurantes do grupo Fasano.

Ontem à tarde, por acaso, pude tirar a prova.

Fui de estômago vazio ao Parigi, restaurante franco-italiano do Fasano, gravar uma reportagem para o TV Folha. (Não vou revelar o tema para não estragar a surpresa.)

Filmagens são chatas. Tomam um tempo danado. Passei quase três horas dentro da cozinha do Parigi.

Quase no final do meu trabalho, surge uma funcionária que leva ao fogo um panelão lotado de uma coisa escura, de aparência familiar. Meus olhos não haviam me enganado. Era feijoada.

Eu não iria sair de lá sem provar a feijoada do Fasano.

Meu veredicto? A feijuca era deliciosa. Mesmo. Nível Fasano. Mas o prato da reportagem era melhor. Feijoada boa é fácil de se encontrar. A outra coisa só tem no Parigi. Aguarde o vídeo.