Panetone de coxinha é só tosco; bizarro é o chester
Muitos amigos se lembraram de mim quando viram na internet um certo panetone de coxinha, feito por alguma alma de Curitiba e apelidado de coxintone. Recebi o link em todas as redes sociais de que participo, fui marcado em posts e tive o coxintone adicionado à minha timeline.
Tá. Fui ver o que era o tal negócio. Hum. Uma coxinha gigante. O panetone é só uma tentativa tosca de viralizar a coisa com sensacionalismo. Não é que funcionou?
O coxintone é só uma amostra triste da falta de noção do brasileiro. A pessoa acha que vai arrasar, abafar, lacrar com um artifício primário assim. E o pior: consegue. No Brasil atual, isso é inteligência e criatividade. Talkey?
Em termos culinários, o coxintone não tem nada de mais. Não é bizarro. Não é um absurdo. É só exagerado. Deve ser ruim, mas não posso afirmar sem provar.
Tampouco são bizarras as centenas de variações que inventaram para o panetone. Doce de leite, red velvet, calabresa, bacalhau.
Estamos falando, no fundo, de uma massa de farinha de trigo recheada com algo. A farinha é um elemento neutro, admite qualquer alimento doce ou salgado. Temos a pizza, a esfiha, as tortas, os bolos, as panquecas, os pastéis.
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Bizarro mesmo é o chester, que um monte de gente come achando que é normal. A depender do frigorífico, o frangão tem vários nomes comerciais. Vou usar “chester” porque está no dicionário como substantivo comum.
É uma galinha deformada, desenhada geneticamente para saciar o apetite humano por carne de peito e de coxa. Um mutante tão estranho que os criadores fazem de tudo para não mostrar imagens do bicho vivo. Uma subespécie de frango que só existe para figurar na ceia de Natal.
Isso não é bizarro?