Bar de militantes políticos é uma provocação boçal
Deu no blog Saída pela Direita, do colega Fábio Zanini: há em Belo Horizonte um bar chamado O Destro. É um espaço para reunir simpatizantes da direita em volta de bebidas e petiscos de nomes espirituosos, como eles dizem, “sem mi mi mi”.
Tem o drinque Vai Pra Cuba, a porção Tríplex, o petisco Lula Tá Presa, entre outras sacadas pândegas.
Ah: entre outros retratos na parede, há uma foto do profeta de Richmond, Olavo de Carvalho.
Alguém pode argumentar, com razão, que os caras têm todo o direito de empreender e se manifestar como quiserem. Correto.
Agora imagine um torcedor do Palmeiras faz um bar com a porção Gambá Favelado no cardápio? Ou se um corintiano dono de um boteco lança o drinque Bambi Delicado?
Ia dar confusão. Por isso, os bares temáticos dos times de futebol se limitam a homenagear seus próprios heróis. Sem tripudiar sobre o adversário. Isso é babaquice. Uma babaquice temerária. Um chamado para a guerra.
Os adversários do Destro, por sinal, têm seu QG no bar Ursal, também em BH. Lá, o cardápio arrola nomes como Marighella, Lula Livre e bordões afins. A única provocação à direita é o coquetel Queiroz. Tem também um Fora Temer, mas isso é chutar cachorro morto. Sobra também para o Ciro Gomes, que em tese é esquerdista.
Sempre houve os pontos de encontro da esquerda e da direita, sem sinalização explícita e sem convites para a briga. Vivíamos razoavelmente bem desse jeito.
Separar a clientela por ideologia é bizarro, além de ser um tombo a mais na ladeira da barbárie que se avizinha. Provocar o inimigo é descer a rampa num carrinho de rolimã. Boçal e desnecessário.
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