Restaurantes vendem de tudo, menos comida boa
Todos sabemos que publicidade é prestidigitação: ela atrai o olhar da vítima para longe dos truques embutidos neste produto ou naquele. Quando a mercadoria é boa, a criatividade atrapalha. A qualidade se encarrega das vendas, a não ser que outros aspectos da operação sejam desastrosos.
Faz parte do jogo. Já estamos acostumados com esse tipo de embromação –tem até faculdade para ensinar tais coisas.
Mas alguns passam dos limites do razoável.
Falo de algumas sugestões de pauta que recebo por e-mail ou vejo nas redes sociais.
Dois casos concretos:
- Um restaurante de São Paulo inventou um certo hambúrguer de churros. Ele vem a ser um sanduíche de massa doce frita e recheada com morango, brigadeiro e creme de avelã. O título do release de imprensa é: “Hambúrguer de churros instagramável é aposta de bistrô para conquistar likes e paladares”. Espera. Não basta ser hambúrguer de churros? Tem que ser instagramável, também? Conquistar likes? O like vem antes do paladar? E a pergunta que não quer calar: a comida é boa? Sei lá, tanto faz. O que importa é causar auê.
- Uma cadeia americana de restaurantes pseudoaustralianos lançou para o inverno o que eles batizaram de fondue. É um pão preto recheado de queijo processado cor-de-laranja, em que o cliente deve mergulhar coisas como: batatas fritas, frango e camarões fritos. Fala sério. Se a intenção é chocar, a novidade é um sucesso.
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