Brasil disputa a Olimpíada da Pizza, que proíbe o frango com catupiri
Copa América acabada, o mundo enfim poderá acompanhar a competição que realmente importa em 2019: a Olimpíada da Pizza, disputada em Nápoles.
Os jogos são organizados pela AVPN, Associação da Verdadeira Pizza Napolitana. É uma entidade que estabelece parâmetros e certifica estabelecimentos no mundo todo –para ganhar o selo da AVPN, uma pizzaria deve fazer a pizza assim e assada (ou frita), com ingredientes restritos e uma longa série de regras.
A Olimpizza termina amanhã, Dia da Pizza. O Brasil está entre os 45 países competidores, com quatro pizzaiolos em busca do pódio.
Curiosamente, apenas um deles é paulistano: André Guidon, da Leggera, em Perdizes. Outro é de Ourinhos, e dois são de Canela, na Serra Gaúcha.
Repito: metade da delegação brasileira na Olimpizza é de Canela. É preciso investigar o fenômeno, que parece ser algo extraordinário. Na vizinha Gramado, imperam os rodízios temáticos –com decoração de safári ou coisa do tipo, em que a pizza de coração de frango é a estrela.
Falando em pizza de coração, a pizza napolitana é bem contida na natureza e na quantidade dos ingredientes. Nas cinco categorias das competições, só uma permite o uso de algo além dos tomates italianos, meia dúzia de queijos regionais e um ou outro produto suíno.
Ainda assim, na disputa pela pizza gourmet –sim, Brasil, pizza gourmet– é vetada a aplicação de frutas ou doces sobre a massa.
Cadê o tomate seco e a rúcula? Os ovos cozidos? A ervilha em lata? Sério que não tem salsicha com batata palha? Frango com catupiri é doping e dá eliminação imediata.
Esses italianos tolhem a criatividade do pizzaiolo brasileiro.
Mas eles podem esperar a revanche. No Campeonato Mundial do Escondidinho, em Cabrobó, o requeijão está liberado. Que não venham com essa baitolada de fior di latte e pomodorini. Aqui é bode e macaxeira!
(Um pouco de autopromoção: siga e curta a Cozinha Bruta nas redes sociais. Acompanhe os posts do Instagram, do Facebook e do Twitter.)