53 fatos sobre a comida no Rio de Janeiro
Marcos Nogueira
Há quase três meses instalado no Rio de Janeiro, acho que já consegui sacar um pouco da cultura gastronômica deste lugar. A seguir, listo algumas coisas que eu observei nessa temporada –algumas são boas, outras nem tanto, mas todas são impressões absolutamente subjetivas. Não vou entrar no mérito do uso das palavras “biscoito” ou “bolacha”, “mandioca” ou “aipim” etc. etc.
- De certa forma, o Rio é uma sucursal de Lisboa. A comida portuguesa tem aqui status e qualidade muito mais altos do que em SP.
- Os bolinhos de bacalhau são imbatíveis.
- Empada e pastel são coisa muito séria nesta cidade.
- O croquete goza de imensa popularidade.
- Encontra-se feijão em quase todo restaurante.
- Só se come feijão preto, o que não é nada mau.
- As casas de suco são onipresentes.
- Tem pizza terrível –ketchup acompanha– por toda parte.
- Mas também tem muita pizza boa. É só pesquisar direito.
- Comida japonesa é sinônimo de sushi e temaki… para além disso, a aposta é arriscada.
- O pessoal daqui inventou o yakissoba de calabresa.
- A pizza de calabresa tem queijo.
- Domingo é dia de cozido, algo que o paulistano desconhece.
- Os dias de feijoada são sexta-feira e sábado.
- A feijoada nunca tem bisteca na guarnição.
- Bisteca, por sinal, se chama carré.
- Picadinho é uma instituição.
- As pessoas pensam que tapioca é comida de verdade.
- Idem para o açaí com xarope de guaraná.
- As casas de suco e congêneres vendem bebidas estranhas para ratos de academia, com catuaba, ginseng e essas paradas todas.
- A caipirinha costuma ser lastimável.
- Chope vende mais do que cerveja.
- O cachorro quente dos carrinhos pode ser feito com salsicha ou com linguiça.
- O cachorro quente nunca leva purê de batata, mas pode levar passas.
- Existe uma coisa chamada sushi burrito.
- Biscoitos Globo não têm graça alguma, mas o pessoal venera.
- A comida de boteco quase nunca decepciona.
- Os donos de boteco quase sempre são vascaínos.
- Come-se muito jiló.
- Em muitos restaurantes, dá para comprar à parte uma guarnição completa. A guarnição Oswaldo Aranha é composta de arroz, batata frita, farofa e alho frito; a mineira tem arroz, tutu de feijão preto e couve refogada
- Nos restaurantes tradicionais, os pratos são imensos e caros, sem a possibilidade de pedir meia porção.
- É difícil encontrar boa comida italiana, mas ela existe.
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- Guaraná sem gás, vendido em copinho plástico, é uma realidade.
- Cuscuz é um doce feito de coco.
- Bauru leva bife.
- O galeto está por toda a cidade e é delicioso.
- As bibocas famosas da zona sul têm filiais gigantescas na Barra da Tijuca.
- Os restaurantes famosos de São Paulo também.
- Aqui há um refrigerante que se chama Mineirinho.
- Os restaurantes por quilo se chamam restaurante a quilo.
- Os quilos abrem para o jantar.
- O conceito paulistano de padoca não tem equivalente no Rio.
- Para ser bem atendido, você precisa honrar a amizade com o garçom.
- No supermercado, as bebidas geladas são muito mais caras do que as da gôndola –e nem sempre estão geladas.
- Você pode entrar de bermuda e chinelo em quase qualquer restaurante, sem atrair olhares.
- Pipoca doce com leite condensado, para comer com uma pinça: é verdade.
- Os entregadores de pizza sobem até o apartamento.
- Carne de porco é bastante comum nos restaurantes.
- Apesar de o Rio estar à beira-mar, o peixe que mais aparece nos cardápios é a tilápia.
- Não espere pão à mesa. Ele costuma ser cobrado e entregue mediante pedido.
- As casas mais antigas ainda servem “salmon” e “petit-pois” (ervilha).
- Quase todos os lugares têm cardápio em inglês.
- Os erros de tradução dos cardápios em inglês são hilariantes.
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