Pacotes para o Réveillon 2021 têm champanhe e open bar de Covid-19
Começou. Demorou, mas começou.
Minha caixa de email começou a ser abastecida com anúncios de festas de Réveillon por todo o Brasil.
No Rio, em Floripa, em Ilhéus e até na pouco festiva Brasília.
Os diferenciais alardeados, como de costume, não fazem diferença alguma: open bar de espumante, comidinhas a granel, banda joinha a noite toda.
Ninguém fala muito do maior diferencial deste Ano Novo: o open bar de Covid-19.
Vamos pensar um tiquinho antes de embarcar nessa insanidade?
Sei que a maioria de nós nunca passou um ano tão difícil, para dizer o mínimo. Para quase todo mundo, 2020 tem sido uma tragédia, um ano desgraçado, lazarento, maldito, miserável.
Óbvio que queremos celebrar seu fim.
A indústria do turismo, das aéreas à hotelaria, está esgarçada pela longa paralisação. Os preços atraem.
Mas tentemos manter a cabeça no lugar. Os casos de coronavírus estão em ascensão. Tudo leva a crer que as máquinas governamentais estão segurando, para depois do segundo turno das eleições municipais, a divulgação de números aterradores.
No Natal, famílias e amigos vão se reunir. É inevitável, ainda mais depois de tanto tempo de distância, mas dá uma forcinha a mais para a pandemia.
E as festas de réveillon são o caldo de cultura perfeito para o vírus, com birita a rodo, alegria fora do comum, abraços, beijos e acessórios opcionais.
Será que vale a pena o risco por um open bar de qualquer coisa?
Vou mais longe: será que vale mesmo a pena comemorar algo?
Não temos garantia –sequer indícios– de que 2021 não será um ano ainda pior.
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