Minha linguiça encolheu na pandemia
Bom dia, inflação!
Como é horrível acordar toda manhã e perceber que, além de haver uma peste lá fora e um genocida em Brasília, seu dinheiro compra menos comida do que comprava ontem.
Não basta o quilo do acém a R$ 45. Não basta o queijo muçarela a R$ 57. Os preços estão fora de controle, graças ao governo bizarro que transformou nossa moeda em titica de galinha.
Quando a mercadoria já vem embalada num tamanho padrão, os caras aumentam o preço e tentam disfarçar com um truque malandro: reduzir a porção. Foi o que aconteceu com a linguiça que eu compro regularmente, pois tem bom desconto no aplicativo do supermercado.
Até a penúltima compra, um pacote tinha 600 gramas. Ontem, ao examinar a linguiça que tenho na geladeira, notei um aviso no rótulo: “este produto teve seu peso reduzido de 600 g para 500 g”.
É uma redução de 16,66% do peso. Minha linguiça encolheu. O valor unitário segue rigorosamente o mesmo, até com o mesmo desconto no aplicativo.
Na prática, significa que o preço da linguiça subiu 20%, mas eles não querem que você perceba.
Já aconteceu com o chocolate, já aconteceu até com o papel higiênico –dos 40 metros originais, hoje ele só limpa 30 metros de bunda.
O aviso na embalagem é temporário. Alguns meses depois, o fabricante é autorizado a estampar o novo tamanho sem nenhum alerta, como se sempre houvesse sido daquele jeito.
Mais ou menos como certo presidente, que agora diz nunca ter jogado contra a vacina.
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