São João na pandemia, com paçoca diet, traz pensamentos sombrios

E lá vamos nós para mais um junho sem festa de São João apropriada, com aglomeração, quadrilha e barraca do beijo. Há de ser o último. Eu nunca fui muito fã das comidas de festa junina, mas gosto da brincadeira ao redor da fogueira.

As marcas que normalmente aumentam o faturamento nesta época estão, de novo, tentando se virar como dá.

Recebo, na caixa de email, release de receitas para um arraiá minimalista, intimista, a dois, individual. Tudo meio triste.

Nada supera um aviso de pauta que chegou esta semana, com dicas juninas “para quem não pode ingerir muitas calorias, açúcares e para veganos”. O remetente era uma marca de produtos dietéticos que tem uma linha de doces (sem açúcar, claro) à base de amendoim.

O press release sugere uma receita à base de paçoca com chia, quinoa e amaranto, com apenas 105 kcal.

Em situação normal, contar calorias nas festas juninas seria meio qualquer nota, mas ok. Na pandemia, sem poder fazer uma festa de verdade, traz pensamentos sombrios e perguntas sem resposta. Isto é uma festa? Isto é um doce? Vale a pena viver?

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