O que a picanha do Faraó dos Bitcoins diz sobre a polícia brasileira
O estelionatário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, foi transferido de cadeia depois que encontraram, na sua cela, peças de picanha maturada, linguiça e aparelhos de celular.
O tal faraó foi preso em Cabo Frio, litoral fluminense, por aplicar um golpe de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. Depois de melarem seu churrasco piramidal, foi levado à prisão de segurança máxima Bangu 1, no Rio.
A picanha do faraó diz mais sobre a polícia brasileira do que sobre o detento nilótico.
Como 5 quilos de carne passam em qualquer inspeção? Não dá para –perdão para a grosseria, mas é um procedimento habitual em presídios– escondê-los em nenhum orifício do corpo. Alguém precisou deixar entrar.
Onde o rei do Egito guardava a carne? Certamente não sob o colchonete, pois iria estragar em 15 minutos no calor saariano de Bangu. Ele precisou de uma geladeira ou, no mínimo, de um isopor com gelo. Alguém precisou fornecer o gelo.
Para desfrutar da picanha, o faraó precisaria assá-la. Um churrasco numa cela dificilmente é algo discreto. Ele precisaria de carvão, uma grelha e carcereiros compadres para confraternizar e dividir o repasto.
Por último, não nos esqueçamos de que Glaidson foi preso por um crime e é, portanto, presumível que ele tentasse cometer outros delitos dentro do presídio. Os carcereiros estão lá para evitar tais delitos, não para abanar a brasa do faraó.
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