O almoço de Dia dos Pais na casa dos Bolsonaro
Jair – Porra, Dudu, onde você se meteu? A comida está esfriando na mesa!
Eduardo (esbaforido) – Mal aê, dédi. A ligação do Flávio me arrancou da cama. O fader’s dei foi em junho, não foi? Deu um bãgue na minha cabeça.
J – Que porra é essa?
E – O dia dos dédis, lá na América. Aliás, velho, por que não mudamos a data aqui no Brezil? Para alinhar… o Trump é bem capaz de retribuir com um acordo de fritrêidi. Linha direta de comércio, na camaradagem.
J – Não dá, talkey? Junho já tem o Dia dos Namorados, as associações de lojistas vão voar pra cima da nossa hemorroida.
E – Aí é que está, dédi. A gente acaba com o Dia dos Namorados, que é invenção do pai do governador comunista de São Paulo, e comemora o Valentaine’s Dei em fevereiro, bem mais primeiro mundo… Top demais.
J – Boa, filhão, vou ver isso aí. Amanhã, na reunião com a Damares e o Ernesto, coloco essa cuestão.
Carlos – Paizão, por falar em hemorroida…
J – Ih, lá vem! Porra, Carluxo, estamos comendo!
C – É sério, pai. Não viu que tem um tratamento inovador para o Coronavírus, com ozônio?
J (bate a mão na mesa) – Filho, estou pela tampa com você. Enfia isso aí no c*, talkey?
C – Mas é exatamente essa a ideia, pá.
J – Já pro quarto, Carlos! Sem sobremesa! E sem Twitter!
C (sai da mesa cabisbaixo) – Caraca, pai, não é justo…
J – Nem mais um piu, talkey? Onde já se viu… Aqui é cloroquina, talkey?
Flávio – Pessoal, preciso de uma ajudinha…
E – Começou!
J – De novo, Flávio?
F – Olha só: vai vencer a prestação de uma casa que eu comprei lá pros lados de Jacarepaguá. Mas o crédito do meu celular acabou, não tenho como usar o apepê do banco. E eu estou aqui confraternizando com a família… não quero fazer a desfeita de sair agora. Alguém me quebra esse galho?
Jair Renan – Ih, ó o cara outra vez! É o golpe do zap!
J – Cala essa boca, pirralho! Pro quarto com o Carluxo!
JR (sai de cena) – Mimimi…
J – Flávio, você sabe que hoje é domingo, não sabe?
F – Caraca, é verdade!
J – Amanhã você pode resolver isso aí.
F (coça o queixo) – Sabe o que é? Esqueci a senha do meu cartão. Alguém faz essa por mim? São só 40 mil.
E – Eu não!
C (grita, do quarto) – Nem eu!
J – Eu também não, talkey?
F – Porra, vou precisar pedir de novo pro porteiro…
J – Michelle, o que tem de sobremesa?
Michelle (responde em libras) – Pudim de pão com leite condensado.
J – Dudu, vai lá no quarto chamar os meninos… eles adoram pudim.
E (faz arminha com o dedo) – Esse é o meu dédi!!
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